
as tardes as manhãs [Adriano Lobão Aragão*]
as tardes quentes e iguais a todas as outras as manhãs
desprovidas de ânsias vãs seguem lentamente aos currais
como se guardassem mais que o passado dos dias de amanhã
e perene a si tece a tarde disposta sobre nós
como noite de homem só como tempo que não se mede
agudo vento que segue sem rumo sem prumo sem voz
iguais a todas as outras se tramam em nós as marcas
em caminho aberto a faca como vento leva suas folhas
iguais a todas as horas na erma eternidade do nada
e perene a si tece a tarde disposta sobre nós
as tardes quentes e iguais a todas as outras as manhãs
*Adriano Lobão Aragão (Teresina/PI, 1977) é professor e poeta, autor de "Uns Poemas" (1999), "Entrega a Própria Lança na Rude Batalha em que Morra" (2005) e "Yone de Safo" (2007). É editor e articulista da revista de literatura e cultura "Desenredos" (www.desenredos.com.br).
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